terça-feira, 11 de novembro de 2008

Este post até teria piada,se não fosse triste ver o ponto a que cheguei.

fotografia - Juanes

Cada vez que yo me voy llevo a un lado de mi piel
Tus fotografias para verlas cada vez
Que tu ausencia me devora entero el corazón
Y yo no tengo remedio más que amarte

Y en la distancia te puedo ver
Cuando tus fotos me siento a ver
Y en las estrellas tus ojos ver
Cuando tus fotos me siento a ver
Cada vez que te busco te vas
Y cada vez que te llamo no estas
Es por eso que debo decir que tu solo en mis fotos estas

Cuando hay un abismo desnudo
Que se opone entre los dos
Yo me valgo del recuerdo taciturno de tu voz
Y de nuevo siento enfermo este corazón
Que no le queda remedio más que amarte


Y en la distancia te puedo ver
Cuando tus fotos me siento a ver
Y en las estrellas tus ojos ver
Cuando tus fotos me siento a ver
Cada vez que te busco te vas
Y cada vez que te llamo no estas
Es por eso que debo decir que tu solo en mis fotos estas.




*



Mas para isto é que existem os amigos.
Os que estão aqui (honra lhes seja feita, muito me têm aturado, inclusive nestes ultimos dias em que nem para mim tenho sido boa companhia, quanto mais para os outros...),e os que não estão; ainda que estejam noutro país e a muitos kms de distancia, há quem me consiga ajudar.
Nesse sentido, estou a considerar seriamente fazer umas mini férias antes dos meus anos, em Barcelona. Um segundo presente que me vou oferecer, fora a tinta nas costas e a muito provável dor intensa de umas horas.

Estive a batalhar no "trabalho" até agora. Devia sentir-me cansada, frustrada, desgastada. Não sinto, e acho que não é do chá verde, é mesmo da paz de espírito por estar a fazer aquilo que já estaria feito se não me tivesse desleixado.
Valha a verdade... *É* ridiculo sentir-me tão bem por pôr dinheiro à frente do trabalho nas causas em que acredito, mas o espírito de missão cumprida sabe bem demais. E o dinheiro na conta também sabe bem, e saber que estou a contribuir para que me continuem a atribuir bolsas de estudo também.


Voltei de Sevilha a semana passada.
Nem queria muito escrever sobre isto...Digamos que o meu cérebro tem os seus caminhos tortuosos, muito tortuosos mesmo, para funcionar/ir funcionando e deixar as ideias no lugar.

Enquanto lá estive, reinou a calma. O sentimento à chegada foi de absoluta normalidade - o que me deixou, literalmente, boquiaberta. A sensação de olhar para tudo e sentir que voltava de onde nunca tinha saído, foi a última coisa que esperei. (Mas, eu sou especialista em não prever o óbvio e em sentir justamente a única coisa que não previ.)
Foi... estranho rever as pessoas. Estranho, no sentido em que esperava grande estranheza em revê-los, e uma vez mais, foi como se nunca nos tivessemos separado.
Não era o meu grupo de base lá na cidade, e nos primeiros tempos notou-se. Fui outra vez estranhamente (e estupidamente) fechada para com a única pessoa que não me merecia isso... e não sou assim para mais ninguém.
[[Gostaria de pensar que me estava a proteger, mas só nestas alturas é que me dou conta de que *sou* mesmo egoísta, por muito que queira pensar que não, e que apenas me estou a tentar poupar ao sofrimento. A proteger, uma merda, não tenho que me proteger de nada; incrivel, é como se tivesse feridas e traumas que estão lá marcadas a negro na alma, mas que nem sequer deixei que fosse outro alguém a causar. Enfim. Tudo ficou na base do carinho e da amizade, o que me pareceu fantástico na altura (porque foi mais fácil para mim lidar com essa realidade,e porque lhe hei-de agradecer eternamente o não me ter mandado bardamerda dadas as minhas fantásticas reservas e reticências...).
O pior veio depois, porque ele não está comigo outra vez, e eu sinto a falta dele tanto que dói. Falta do sorriso ternurento dele, que me dá a sensação que só mo manda a mim. Falta de tudo, do estilo e das piadas e do andar e dos gostos e das conversas, e de tudo, porra, de tudo.]]
No restante da viagem, foi Erasmus total - sair para comer fora todo o santo tempo (e ver o que andei a perder por ser forreta, hehe), borga nos *nossos* bares, e a estranheza de não ver ninguém conhecido nas ruas. Relembrar-me que a qualquer momento estamos a conhecer pessoas novas, porque é Sevilha. Palhaçada nas ruas, alegria geral na cidade, e o desgosto de ver o céu cinzento todo o tempo. Dançar do modo mais parolo nas discotecas, cumplicidades, gestos. Tudo me faz falta, ao mesmo tempo pela cidade e pelas pessoas, tudo me marcou. Não vou mentir, saí de Sevilha outra vez em lágrimas, e outra vez com as pessoas a irem despedir-se de mim ao autocarro, e outra vez a mesma sensação de que não me despedi adequadamente de uma delas, tal como há cinco meses atrás.


Acho que agora estou um pouco mais tranquila. Cada vez mais a resignar-me, diria também. O meu exercicio de memória ultimamente tem sido feito no sentido de tentar perceber quem era eu, e como era eu, antes de estes últimos dois anos me acontecerem. Deve ter havido, sei que houve, alturas antes deles em que eu era feliz. Satisfeita comigo. Apenas eu comigo mesma, sozinha no cinema e a adorar, sozinha a ler, sozinha a descobrir musica. Sem ninguém ao meu lado, sem ninguém por quem esperar. É esse exercicio de recuperação de memórias que preciso de fazer, e de reproduzir os gestos que me deixavam mais feliz e mais satisfeita comigo mesma. Esse, e enterrar-me em trabalho nos próximos tempos, e achar que a minha vida social a mirrar é fruto de uma opção minha e não do tictac do relógio nem da necessidade de que as coisas ocorram assim mesmo, inexoravelmente.

Procurar *a* pessoa não deve valer a pena, segundo dizem. "Alguém" que agora anda com muito frio [ ;) ] dizia-me que não entendia onde é que andavam os homens interessantes, charmosos, com glamour. Eu também não sei onde estão. Sabe Deus que este fds tivemos uma tentativa falhada de os encontrar. Mas acho que entendi que o "interessante" de uma pessoa não estará visível assim à primeira vista. Daí que secalhar, seja preciso abrir o coração, a todos sem excepção,sem escolhas, julgamentos de valor ou vontades encarniçadas de encontrar o que buscamos. e entender que as pessoas se vão tornando interessantes aos poucos.

Como hoje me disseram, e brilhantemente "se não deixas para trás as coisas -se te tornas obcecado por elas- essas mesmas coisas vão acabar por te consumir inteira".



Este post faz muito pouco sentido, no entanto, há muito tempo que não escrevia nada tão honesto, e/ou que não começasse por "Exmos. Srs.".
... Para além disso, são quase 4 da manhã, so give me a break.

1 comentário:

V. disse...

estou contigo. sempre.

força *