sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Porque sim


O Primeiro Dia - Sérgio Godinho



O Primeiro Dia

A principio é simples, anda-se sozinho
passa-se nas ruas bem devagarinho
está-se bem no silêncio e no burburinho
bebe-se as certezas num copo de vinho
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
dá-se a volta ao medo, dá-se a volta ao mundo
diz-se do passado, que está moribundo
bebe-se o alento num copo sem fundo
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E é então que amigos nos oferecem leito
entra-se cansado e sai-se refeito
luta-se por tudo o que se leva a peito
bebe-se, come-se e alguém nos diz: bom proveito
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Depois vêm cansaços e o corpo fraqueja
olha-se para dentro e já pouco sobeja
pede-se o descanso, por curto que seja
apagam-se dúvidas num mar de cerveja
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Enfim duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar, sem vela ou navio
bebe-se a coragem até dum copo vazio
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E entretanto o tempo fez cinza da brasa
e outra maré cheia virá da maré vaza

nasce um novo dia e no braço outra asa
brinda-se aos amores com o vinho da casa
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida.

A series of unfortunate events

Os últimos dias - ou deverei dizer, as ultimas semanas - não têm devido muito à sorte:

*Recolho um gato, à porta da faculdade, com a inestimável ajuda da V.
Parecia claramente um caso de amor à primeira vista, talvez mais da minha parte do que da parte do gato (havendo uma teoria adicional de alguém que acha que foi o meu estado menos alegre que me levou a adoptar o bicho).
Levei-o ao veterinário, onde o estado de saúde do bichano foi avaliado e as conclusões não foram propriamente animadoras, e depois, trazê-lo para uma casa pouco adepta de animais de estimação, enfrentando acusações de precipitação da minha parte e ambiente algo hostil: não são só os gatos que marcam território, claramente quem vive comigo também o faz.
No dia seguinte, depois de uma sessão de mimo e de uns dez minutos de banhos de sol, o gato decide desaparecer: buscas não dão em nada, e deixar comida à porta foi a unica solução durante dois dias. A ultima vez que o vi foi na semana passada, e não pude ir ter com ele porque eu própria não estava em grande estado. Desde então, o gato está M.I.A. e eu estou convencida para a vida de que os gatos me trazem azar.

*A cadela dos meus tios, que eu quase sentia como minha e que é possivelmente o animal mais meigo, mais bonito e mais adorável que alguma vez conheci, vai ser abatida brevemente - tem uma doença incurável, e não consegue alimentar-se.

*Uma gripe atirou-me para a cama praticamente uma semana inteira e deixou-me com uma voz à Olavo Bilac (que tem piada até.... durante aproximadamente 5 minutos).

*Entalar o dedo a fechar a porta de um carro, e ter ainda (passadas duas semanas) um hematoma no dedo que upa upa puxadote.

Salva-se o trabalho mais encaminhado, achar que já tenho tema para tese (e ser um tema que me interessa, com uma abordagem que me interessa ainda mais! yay), e ter tido uma nota decente no único exame da parte curricular do mestrado.

Sonho com sol na pele, com esplanada com os amigos, com viagens (e já ando com algumas planeadas, venha o que vier), com um futuro profissional mais risonho do que a conjuntura económica deixa antever, com os concertos do próximo Verão, com os cursos de linguas que planeio começar....e sonhar, seja com o que for, já faz com que o dia lá fora não seja tão triste.

Fica uma musica para os dias melhores que hão-de vir, e para as noites de festa que virão um dia também...


Everytime We Touch - David Guetta

...E a esperança de que Janeiro acabe depressa, porque foi um mês tremendamente *mau*. Não sei é porque é que tenho a forte sensação que este ano vai piorar ainda mais para mim... :(

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Copiado da Blender.com, porque me dá na realissima gana

(sei que isto não é actualização que se apresente, que não ponho nada no blog há duas semanas, e que até teria coisas para dizer a respeito das ultimas duas semanas. No entanto, não me apetece de momento relatar os últimos acontecimentos, e de qualquer das maneiras um artigo sobre uma das melhores musicas de sempre vale por qualquer conjunto de asneiras que eu produza. Sendo assim, I give you "Hallelujah"!)



How the Canadian gloomster’s ode to all he couldn’t comprehend became a towering, spiritual anthem.






By 1984, Leonard Cohen had spent nearly 20 years beating his relationship traumas and existential aches into brooding folk songs. He’d won praise as a poet and novelist, released six acclaimed records, wooed a succession of famous femme fatales including Janis Joplin and Nico and established himself as the patron saint of clove-smoking, bohemian depressives everywhere—rock’s coolest Jew this side of Bob Dylan. And yet, writing songs proved a monumental pain in the tuchus.

Holed up in a New York hotel to work on his seventh album, Various Positions, Cohen struggled with one tune: “Hallelujah.” “I filled two notebooks with the song,” Cohen has said. “I remember being on the carpet of the Royalton in my underwear, banging my head on the floor, saying, ‘I can’t finish.’”

The song mixed biblical imagery with erotic impulses—a favorite cocktail for Cohen—as it tiptoed the line between salvation and despair. To Cohen, it was ultimately a celebration of powerlessness. “The world is full of things that cannot be reconciled,” he has said. “But there are moments when we can embrace the whole mess: ‘I don’t understand a fucking thing at all—Hallelujah!’” Recording in a Manhattan studio above a nudie bar called the Metropole (“The guy out front would always be trying to get us in to see the strippers,” recalls producer John Lissauer), Cohen traded his typical somber-dude-with-a-guitar arrangements for a Euro-tinged, cabaret-assman persona. Slick keyboards and a spare rhythm section lead Cohen’s grim baritone through the verses before the chorus opens up with a swell of backing singers. “He had just ­discovered the Casio keyboard,” Lissauer says. “Somebody had given it to him as a toy, but he found it so easy to write to.” The song came together smoothly—then almost disappeared entirely. After what Lissauer terms “a pissing match” with Cohen’s manager, the label refused to release Various Positions in the U.S. It finally appeared on shelves the following February.

Ever since, covers have proliferated. In 1994, Jeff Buckley released a version, which owed much to a somber read John Cale had recorded for a 1991 tribute collection. Cale’s cover drew wide attention when it sound­tracked the romantic yearnings of a large green ogre in 2001’s Shrek, but Buckley’s plaintive take has sunk deepest into the public consciousness. “I first fell for the Buckley version,” Fall Out Boy’s Pete Wentz tells Blender. Wentz was listening to the tune as he swallowed a handful of Ativan in a 2005 suicide attempt; he later quoted it in “Hum Hallelujah.” “It’s been one of my favorite songs for a long time. You can just sit in the dark and listen to it over and over.” TV shows like The O.C. and The West Wing have used “Hallelujah” to amplify the upheavals of the unreasonably attractive. And covers continue to crop up: Besides notable takes by Rufus Wainwright and Bono, the song was also reworked by American Idol finalist Jason Castro in 2008, subsequently boosting Buckley’s “Hallelujah” to a top slot on iTunes, and stripping the song of its “cult hit” status once and for all. “At this point, it’s a ­cliché,” says O.C. and Gossip Girl creator Josh Schwartz. “But in 10 years, somebody else will do an incredible version, and it will live on. It’s timeless.”




A melhor versão, não me importa o que digam, será sempre a do meu ídolo, Mr. Buckley.



Aqui fica:


Hallelujah - Jeff Buckley

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

No music...

No life.

É científico.
Isto:

Parada - Linda Martini

é igual a



Comptine D'un Autre Ete-L'Apre - Yann Tiersen

mais


Gynopedie (Satie) - Erik Satie

Mas eu nunca fui grande coisa a matemática.

E agora se me permitem, vou dormir outra vez. Acabar o ultimo exame de sempre na minha Faculdade tem muito que se lhe diga.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

E a desculpa do ano vai para...



Courtney Love! Diz ela que o lançamento do álbum foi adiado porque houve, e cito, "fenómenos paranormais" que impediram que tudo corresse bem.

Eu sou possivelmente a única pessoa deste mundo que acha piada à Courtney Love e à música dela. Segundo entendo, qualquer pessoa com um mínimo grau de tolerância a Nirvana odeia visceralmente aquela que consideram a Yoko Ono dos anos 90. Não sou fã dos Nirvana, mas não nego que cresci com as canções deles e ainda vibro com muitas delas - mas não consigo sentir ódio visceral pela junkie, e a banda dela tinha um bom som, coisa que absolutamente ninguém parece reconhecer.
E o último album dela, é surpreendentemente bom.
Agora, esta desculpa - passarei a usá-la. É tão ridicula, que chega a ser adequada para certas ocasiões XD

O meu horóscopo de hoje diz assim: "Não estará na altura de se desapegar de uma situação que já pertence ao passado e que não tem volta? Procure novos caminhos, novas metas, e ponha de lado as fantasias ingénuas".

Hmmmmmm. Vou passar a ler o Metro mais vezes. Ao menos há qualidade naquela página das palavras cruzadas e do Sudoku.

Bem...agora, estudar para o único exame do mestrado. Wish me luck ;)

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

2009!

Depois de uma fantástica noite de passagem de ano em que aprendi que o Tamariz não é um bom sitio para ver fogo de artificio nem para estacionar, e que o Regime Simplificado é uma das coisas que mais lixa uma pessoa, estou pronta para iniciar uma vida nova no ano novo.

Por sistema, pedia desejos antes. 12, como as passas que é supostos engolirmos nestas alturas.
Mas aos 24 acho que já me sinto capaz de fazer listas de objectivos e acreditar, com o meu já lendário optimismo, que desta é que é e que vou dar uma volta à minha vida - que é desta que vou construir coisas das quais me possa sentir orgulhosa.

Por isso, eis a minha lista de objectivos a concretizar em 2009, se tudo correr bem:

1. Ser mais saudável. Isto inclui cortar com o tabaco o mais possível (tenho que ser realista - não vai ser nada, nada fácil, e prefiro reduzir a uma quantidade residual do que parar durante um mês e depois voltar em full force). Acabaram-se as jolas em quantidades abusivas no Sr Raposo. Acabaram-se os doces. Vou começar a cozinhar decentemente, porque tem que ser. E o ginásio tem que começar, pela minha saúde física e mental (sobretudo mental, visto que a tese me vai dar a volta à cabeça).

2. Ter sucesso no mestrado, na investigação, em tudo aquilo a que me proponha. Criar disciplina e trabalhar tão arduamente como nos trabalhos que gosto mesmo de fazer. E saber ir construindo decentemente o meu futuro profissional, onde quer que seja.

3. Viajar. Aprender coisas novas (idiomas, por exemplo). Não deixar de ter ideias nem ojectivos ainda que possam soar estranhos, porque não quero perder os horizontes que antes abri para mim mesma.

4. Quanto ao amor, por um ponto final no ridículo dos últimos meses. Ano Novo, vida nova, por mim e por quem me tem que aturar.

O que aí vier, que venha por bem. Será dificil que 2009 supere 2008. Foi um ano excelente em muita coisa, tenebroso em outras. Mas sem duvida que foi um ano de crescimento interior - e assim sendo, em 2009 só posso desejar mais do mesmo, e que possa continuar a ter ao meu lado todas as fantásticas pessoas que me acompanham na vida e me fazem falta!

Feliz 2009 para todos, e sejam felizes !