terça-feira, 21 de outubro de 2008

Não, eu não me esqueci do meu próprio blog.

Esqueci-me de outras coisas, no entanto.

Uma delas, foi a de ter vontade de escrever.

Outra, foi a de me esquecer, como frequentemente acontece, que não sou escritora profissional. Nem tenho talento para tal. Mas escrevo, e acaba por ser até estupido censurar o pouco-nada que escrevo.
Foi num texto, cujo titulo era apenas "Não Doeu". Era sobre uma pessoa que por muitas iniciais ou private jokes que use, quem me conhece já sabe quem é. E de como já não me afecta, e de como já me afectou.
(E, noto agora, podia também fazer um texto, neste mesmo segundo, sobre como tudo o que escrevi era mentira, e como me consigo iludir facilmente a mim mesma.)
Adiante. A ideia que tem que ficar...é a de que escrevo como sei. Sou ácida, cínica e pouco poética. Quero trazer luz a tudo o que vejo; e se ao menos julgo que consigo trazer um pouco, muito pouco, à vida dos que me rodeiam, essa luz não está na minha escrita.


Esqueci-me de ter alegria. Antes acho que tinha mais. Pode ser porque passei uma fase estranha em que me parecia que estar apaixonada era um estado perene. Há sempre medos associados ao amor, e neste momento os medos submergem-me, e o amor correu à procura de melhor sitio onde se esconder e me surpreender de novo. Pelo menos é nisso que quero acreditar, para não perder o pé na corrente que aos poucos me vai tentando afogar.


Esqueci-me de trabalhar como devia, e agora tenho sentimentos de culpa por não andar a fazer nada de jeito.


Esqueci-me que as coisas enterradas são as que mais doem a desenterrar.
Que é melhor arrancar crostas e deitar alcool em feridas para as desinfectar de uma vez, do que circular eternamente entre a fase em que uma ferida infecta dolorosamente, e a fase em que a cicatriz está lá a olhar para nós e nós a olhar para ela.

Esqueci-me de muita coisa. No fundo, esta frase implicaria que eu me fosse lembrar destas lições daqui para a frente, mas o triste da historia é a dificuldade em aprender com os meus erros.


Notas positivas?
Ser elogiada por quem menos esperava. Achar que talvez não seja, pronto, a pior comunicadora do mundo, e consiga transmitir sentimentos algo melhores que aqueles que trago cá dentro nas ultimas semanas.

Mergulhar em musica nova, e sentir que conquisto novo territorio e novas emoções outra vez.

Há ilusoes que vamos perdendo. Eu só peço que as minhas não se percam com muita dor da minha parte, se bem que acho pouco provavel essa situaçao. E não me tenho estado a aguentar mal.

E...sair. Porque já precisava, porque me fazia falta sair da minha esfera. Não correu mal, o que foi um alivio. Tanto a noite na Bica, como a sangria e as jolas :)




Voltando à vertente livros&musica, que tem marcado os meus posts - estou in love com Gogol Bordello. Com Glassjaw também, ainda mais se possivel. Ainda, Dresden Dolls, se bem que em doses pequenas.
Irei encharcar o mp3 de nova musica, e a ver vamos.

(Tchekhov, estou a gostar, muito. Uma humanidade sonante, impressionante, tonitruante, e mais grandiosos nomes -acabados em "ante"- que façam justiça áquelas obras primas.)

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