terça-feira, 25 de novembro de 2008

Boas ideias

Uma das melhores ideias que me chegou aos ouvidos nos ultimos tempos vai ter concretização prática em Lisboa,muito em breve, no espaço MusicBox.

Ora leiam esta bonita posta do Disco Digital:

O musicbox vai recebe as Red Bull i-Battles no dia 19 de Dezembro, a partir das 00h00.
Nesta primeira Red Bull i-Battle competem oito equipas, cada qual composta por dois membros. Duas a duas, as equipas irão tomar o ringue munidas dos seus iPods para escolherem as faixas mais acutilantes.

Cada equipa toca quatro assaltos musicais de 1:30 cada por combate, alternados com os assaltos da equipa adversária. A vitória no combate cabe à equipa que conseguir a manifestação mais ruidosa por parte da assistência no conjunto dos quatro assaltos (ou faixas).

O ringue será controlado pelos dois anfitriões da noite: Marga e Tekilla. Cabe-lhes apresentar a festa mas também a supervisão do cronómetro digital, do quadro de classificações e do sonómetro.

Estas são as duplas:

The Scene: Ka§par e Victor Silveira

Spank Pod: DJ Ride e Espectro

Bandido$: Gatunagem e Ray Ban (Dupla de radialistas/DJs)

A.M.O.R.: Mi & Vi

URBA FEAT FAB: Urba e Marquise

Butterflie Soul Flow: PinyPon e Leo

Clube Tropicalismo Social: Alex Cortez (Rádio Macau; Transformadores) e Vítor Belanciano (jornalista)

Recycles: João Gomes (Cool Hipnoise, Spaceboys) e Fred


http://diariodigital.sapo.pt/disco_digital/news.asp?id_news=32522

Fica registado para a posteridade que um dos meus objectivos de vida - numa lista infidável deles - vai ser participar numa brincadeira destas (e vencê-la, pois claro).


Ainda, se me quiserem acompanhar ao concerto dos Asian Dub Foundation no Santiago Alquimista a 16 de Dezembro, e eventualmente dar-me um beijinho de parabéns
à meia noite, eu não me farei rogada (e, naturalmente, contam com a minha gratidão eterna).


E, por fim, estou ansiosa para ver se me esbardalho ou não me esbardalho pela escadaria do anfiteatro abaixo na altura de receber os diplomas. É regra sagrada na minha vida que em alturas de cerimónia eu cometo gaffes fortes, ou armo barracada de qualquer modo. Não é bonito, pois não. Mas se cair, que seja com estilo e que marque impacto positivo pela graciosidade do salto, digo eu XD.

Já enviei um video para uma certa entidade. Confirma-se que sou uma das pessoas menos telegénicas que Deus deitou ao mundo; tudo o que desejo é ir à entrevista, onde tenho *a certeza* que não vou ser seleccionada, pelo que, se lá chegar, nesse momento estarei perfeitamente descontraída.

Fiz também uns videos alternativos, onde revelava a minha verdadeira motivação. Posso partilha-la com voces, até: o que eu quero mesmo, é ser presidente do Glorioso (e amante do Rui Costa em part-time se ele estiver praí virado, haha). Qualquer passo que me faça chegar mais perto dessa realidade, terá valido a pena. XD

Entrevista

Hoje, e pela primeira vez, alguém me entrevistou por e-mail :)

Porque passei algum tempo de volta deste questionário, e porque me surpreendi a mim mesma pelo facto de ser uma optimista inveterada até com o estado do Ensino Superior, publico aqui parte do questionário que me enviaram bem como as minhas respostas... Ana, espero que o trabalho te corra bem! *** ;)

Achas que as propinas que pagas na tua faculdade são muito caras? (qual a quantia?):
As propinas a serem pagas no grau de Mestrado são bastante elevadas comparativamente com as propinas de licenciatura. Não tenho a certeza dos valores envolvidos; no meu caso julgo que na totalidade o Mestrado (que durará aproximadamente um ano lectivo a concluir) me custe algo como **** euros.
Entendo que o facto de o Mestrado ser um grau “teoricamente” superior (na medida em que a designação é enganosa, visto que se trata de um titulo que corresponde às licenciaturas que existiam antes da aprovação do processo de Bolonha) permitirá às Universidades exigirem propinas mais elevadas.
No entanto, considero que os valores pedidos são algo excessivos tendo em conta tanto o nível académico a que corresponde o grau de Mestrado, como a realidade existente antes do processo de Bolonha.



Quais as principais fraquezas/defeitos da tua faculdade? Achas admissíveis essas fraquezas/defeitos mesmo pagando umas propinas tão altas? As principais fraquezas da minha faculdade prendem-se essencialmente com questões de gestão de espaço: a Faculdade existe num espaço que é, na minha opinião, muito reduzido tendo em conta a quantidade de pessoas que lá estudam.
Esta situação tem vindo a agravar-se à medida que na Faculdade se vão criando novos cursos (com a abertura de novas Pós-Graduações, bem como os graus de Mestrado e Doutoramento), abrindo a Faculdade a mais pessoas e necessariamente criando mais dificuldades na gestão de um espaço físico tão diminuto.
Desta situação deriva também o facto de termos uma biblioteca bastante reduzida em termos de dimensão, e de praticamente não existir qualquer espaço de convivio para os alunos.
Por entender que a questão do espaço físico em que a Faculdade existe não é um problema que ela possa resolver sozinha, estando dependente necessariamente de decisões superiores para que a situação fosse alterada, acho admissivel que o facto de pagar propinas elevadas não possa mudar a situação. No entanto, acho dificil de entender que a Biblioteca da Faculdade não esteja tão completa como devia estar, em função das propinas que os alunos pagam.







Achas que o Governo dá apoios suficientes e investe no Ensino Superior? (explica)
Acho que o Governo investe no Ensino Superior, mas poderia investir mais; entendo que as limitações orçamentais nem sempre permitem um investimento superior ao que é feito, mas a Educação é sem dúvida uma área chave na qual vale a pena apostar, funcionando como um motor de desenvolvimento do país.
No entanto, a ideia que pessoalmente tenho é a de que os apoios concedidos também nem sempre são usados do modo mais proveitoso por parte das instituições de ensino.


Achas que deveria haver um maior apoio financeiro por parte do Estado para o Ensino Superior? Achas que se isso acontecesse teríamos melhores faculdades?
Do meu ponto de vista, o maior apoio financeiro por parte do Estado não significaria necessariamente um grande salto qualitativo do ponto de vista da qualidade de ensino.
Reconhecidamente, as faculdades ficariam beneficiadas a nível de infraestruturas, e haveria uma melhoria a nível da investigação nas várias áreas do saber – seria permitido aos alunos, com mais infraestruturas, realizarem trabalhos mais práticos ao longo dos cursos.
No entanto, a nivel da qualidade de ensino, do meu ponto de vista o problema é estrutural. Teria que se repensar seriamente, por exemplo, o modo como as aulas são dadas, a abordagem aos conteúdos, a estrutura das aulas, a alteração de alguns métodos de avaliação. Tudo isso melhoraria certamente a qualidade do ensino ministrado, e não depende de investimento estadual para ser alterado, mas sim, de boa vontade e disponibilidade por parte de todas as partes para alterar a situação.


O que achas das manifestações das Associações de Estudantes?
São importantes no sentido em que as manifestações são exercícios saudáveis de democracia e de participação cívica. No entanto, frequentemente, as manifestações são fundadas em motivos que não me parecem atendíveis, e não existe qualquer tentativa de explicar os motivos pelos quais se protesta, parecendo mais importante reivindicar do que dialogar com os Conselhos Cientificos, as Direcções das Universidades, os corpos docentes. Mais frequentemente ainda, a ideia que me fica sempre é a de que as Associações de Estudantes, em situações de manifestação, não procuram quase nunca elucidar os alunos sobre as questões que estão em causa.


Achas que o Ensino Superior pode ser equiparado alguma vez às faculdades estrangeiras?
Do meu ponto de vista, a qualidade do ensino no estrangeiro é frequentemente mitificada, considerando-se sempre que qualquer ensino no estrangeiro é superior aos cursos superiores em Portugal. Nem sempre essa realidade se verifica, pelo que, tenho a certeza que o Ensino Superior português se pode equiparar às faculdades estrangeiras. As abordagens no ensino, as maneiras de ensinar, e os conteúdos leccionados variam conforme os países e as Universidades. Estou em crer que, apesar de ter uma série de falhas óbvias, o Ensino Superior em Portugal terá (pelo menos em alguns cursos) uma preparação técnica mais completa do que em faculdades no estrangeiro.



Achas que houve por parte das universidades uma boa adaptação ao processo de Bolonha? O que é que falhou na tua faculdade?
Na minha faculdade a adaptação foi algo confusa, e as regras, do meu ponto de vista, não foram definidas com a clareza suficiente para evitar mal entendidos. Enquanto aluna notei ainda que as regras mudaram frequentemente em função das dificuldades que iam surgindo ao longo do percurso; o que, a determinado ponto, deixou toda a gente tremendamente confundida quanto às regras a aplicar, e quanto ao modo de interpretar os regulamentos da Faculdade.
A ideia que me ficou é que todas as faculdades tiveram algumas dificuldades na adaptação ao novo modelo, sobretudo na definição de novos conteudos a serem leccionados, e ainda a definirem o modo de resolver as situações em que os alunos eram “apanhados a meio” na transição para o modelo de Bolonha.


Como explicas o facto de cada vez mais os alunos portugueses procurem formação no estrangeiro e depois nunca mais voltarem?A “fuga de cérebros” é cada vez mais um problema preocupante. Penso que a raiz do problema está na situação económica do país: cada vez menos os licenciados sentem que no fim dos estudos podem vir a ter um emprego compatível com os seus estudos e um ordenado adequado.
A solução de estudar no estrangeiro surge cada vez mais como uma alternativa aliciante para qualquer estudante: a experiência de viver no estrangeiro apela aos jovens em geral, do meu ponto de vista; e as melhores condições de trabalho e os melhores salários praticados noutros países ajudam a explicar o facto de muitos jovens procurarem estabelecer-se noutros países para trabalhar, porque acreditam que dificilmente conseguem condições equivalentes de trabalho e de remuneração em Portugal.

Achas que o Estado reflecte a situação dos recém-licenciados?
Considero que o drama que muitos recém-licenciados vivem após a saída da Universidade não é devidamente acompanhado pelo Estado; o trabalho precário que se segue e a dificuldade em arranjar empregos compativeis com os estudos que se obtiveram na Universidade e que permitam uma base de estabilidade económica é um problema que o Estado devia tomar em conta, ponderando medidas de combate a essa situação.
Mas, penso que as próprias Universidades poderiam tentar minorizar essa situação dificil, através de um maior diálogo com as empresas e com a eventual criação de programas de estágios e de parcerias com os potenciais empregadores.





*****

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

it's not about style, it's about me.



Novas posses não criam novas pessoas. Não reciclam velhos habitos, manias, pensamentos e tradições.
Mas, ao menos, espero que ajudem.
Inauguremos uma Raquel 2.O.

...Tenham medo da nova versão.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

O que um flirt não faz a uma pessoa.

Vejamos:

*A Byblos Fecha.

*A Selecção é humilhada pelo Brasil com um resultado de 6-2.

*Não falo com, er, "ele" há uns dias, e espero por fotos (!!) que nunca mais chegam.

*Estou atolada em trabalho aborrecido (aqui menos mal que já tenho um plano de trabalho)

...e, estou-me a marimbar. Recuperei a minha alegria. As coisas que um flirt não faz. (Noto que pronto, o meu ego devia estar mais faminto que uma criança de país sub-desenvolvido)



Entretanto, gamei este teste noutro blog. É um teste e mete música, pelo que, estava mesmo a pedir para ser roubado pela RayRay. A ideia é responder a 10 perguntas com nomes de músicas de um artista ou banda de que gostemos, e reencaminhar pedindo a 5 pessoas que respondam.A ultima parte não me interessa, interessa responder ás perguntas. Qual a banda/cantor que escolhi?

Jeff Buckley!

1) És homem ou mulher? Grace

2) Descreve-te: Moodswing Whiskey

3) O que as pessoas acham de ti? Strange Fruit

4) Como descreves o teu último relacionamento. Last Goodbye

5) Descreve o estado actual da tua relação. She Is Free

6) Onde querias estar agora? Back In NYC

7) O que pensas a respeito do amor? I Want Someone Badly

8) Como é a tua vida? I Woke Up In A Strange Place

9) O que pedirias se pudesses ter só um desejo? The Man That Got Away

10) Escreve uma frase sábia: All Flowers In Time Bend Towards The Sun


(Van, sente-te à vontade para furtares) :P

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Quando pensei em fazer um post, não pensei que esta musica fosse tudo aquilo em que consigo pensar.

Medicine Bottle - Red House Painters


giving into love and sharing my time
letting someone into my misery
i told it all step by step
how i landed on the island
and how i swam across the sea
and it crosses my mind
that i may wake to a knife in me
no more breath in my hair
or ladies' underwear
tossed up over the alarm clock
blood dripping from the bed
to a neatly written poem
a heartfelt last line reading
there is no more mystery
is it going to happen my love

it's all in your head she said
morning after nightmare
you're building a wall she said
higher than the both of us
so try living life
instead of hiding in the bedroom
show me a smile
and i'll promise not to leave you

it happened under a rainy cloud
passing through the dark south
we went into a big house
and slept in a small bed
i didn't know you then
as well as you of me
we talked of our sad lives
and we went off separately
i found your overseas souvenirs
holiday greeting cards
and some long forgotten high school fears

it's all in my head i said
banging a piano
i've not been so alone i thought
since kicking in the womb

i drank so much tea
i wrote my letters in kanji
around the block i walked and walked
pretending you were with me
not wanting to die out here
without you


the hurting never ends
like birthdays and old friends
we forget what is flesh blood and bone is human
turning phone lines to airlines
unwilling to face
the love is found on the inside not the outside
and like a medicine bottle
in the cabinet i'll keep you
and like a medicine bottle
in my hand i will hold you
and swallow you slowly
as to last me a lifetime
without holding too tight
i do not want to lose
the thrill that it gives me
to look out from my window
and scowl at the houses
from my world in the bedroom
it's all in my head she read
in her girlfriend's self-help book
it's all his own making
a war with himself
like two sides of a wall
that separates two countries
he shuts out the world
and wants only to love you

not wanting to die out here
without you



****

Esta musica surgiu-me à traição, e traz memórias demais.

Ainda estou a pensar no que a grande autora editada [:)] me disse. Que não é a vida dos outros que tem que mudar, é a minha, e quem tem que andar para a frente e ter outra pessoa sou eu.

(Afinal, a forte pancada é minha)

O estranho foi tal ideia nem sequer me ter ocorrido até ela mo ter dito. E até agora ainda estou a matutar nisso.



(Bah.)

Em outras noticias, aguardo ansiosamente o lançamento da melhor obra que vai ser editada este Natal. Esqueçam Saramago, Lobo Antunes, Alexandra Solnado:
Vanessa Pelerigo é que é.
Arrasa-os, babe! :D

Esta semana espera-me muito trabalhinho, no qual se fosse esperta me enterraria para me esquecer dos restantes aspectos da minha vida. Yay.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Classy!

Quero ver (pelo menos!)um concerto desta grande banda. Não pode ser mau XD

Pura Classe:

Belzebú (confissões de um gajo possuído) - Comme Restus



Ideal para os dias maus:

Palhasso Do Caralho - Comme restus


Letras Profundas:

Eu xamome António - Comme Restus

É oficial, EU AMO COMME RESTUS! :D




___

Em outras noticias:

*Loucura absoluta na AI:
"Você não me leve isto como ofensa, mas eu a única conversa com advogado, mas não entenda isto assim como uma coisa, como uma declaraçao de amor, mas a unica conversa que tive com um adevogado e que ficasse infrumado ou esclarecido foi com a Dona Raq, perdão, com a Doutoura Raquel".

*Barcelona de 4 a 7 de Dezembro. Estou preparada para tudo: fritar, morrer enregelada, e esperar que a cidade me coma viva, eventualmente com batatas no forno.
O borrego tem muito que me aturar XD.

*Balda no trabalho novamente. A culpa é minha, mas não totalmente.

*Falei com ele :D Já sou uma mulher mais feliz, completa e equilibrada. Agora só falta, er, esquecê-lo aos poucos :)

...Vamos prá banheira, vamos prá banheira, vamos prá banheira porque hoje é sexta feira!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

As musicas indispensáveis dos ultimos dias.

Perdoai, mas tem que ser.

Deftones for the win:







E.
Eu sei que é um pedido estupido, mais ainda macabro, e já leva uns anos. Mas, os meus pais não o farão, apesar de eu já lhes ter pedido, e o meu irmão dificilmente o respeitará.
É aquilo que quero dizer ao mundo.
Simplesmente, se for possivel, no dia do meu funeral... que alguém ponha esta a tocar:



Eu agradeço, onde quer que esteja nesse momento.


(Não, não planeio morrer brevemente, relax).


**Trabalho, allez!**

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Este post até teria piada,se não fosse triste ver o ponto a que cheguei.

fotografia - Juanes

Cada vez que yo me voy llevo a un lado de mi piel
Tus fotografias para verlas cada vez
Que tu ausencia me devora entero el corazón
Y yo no tengo remedio más que amarte

Y en la distancia te puedo ver
Cuando tus fotos me siento a ver
Y en las estrellas tus ojos ver
Cuando tus fotos me siento a ver
Cada vez que te busco te vas
Y cada vez que te llamo no estas
Es por eso que debo decir que tu solo en mis fotos estas

Cuando hay un abismo desnudo
Que se opone entre los dos
Yo me valgo del recuerdo taciturno de tu voz
Y de nuevo siento enfermo este corazón
Que no le queda remedio más que amarte


Y en la distancia te puedo ver
Cuando tus fotos me siento a ver
Y en las estrellas tus ojos ver
Cuando tus fotos me siento a ver
Cada vez que te busco te vas
Y cada vez que te llamo no estas
Es por eso que debo decir que tu solo en mis fotos estas.




*



Mas para isto é que existem os amigos.
Os que estão aqui (honra lhes seja feita, muito me têm aturado, inclusive nestes ultimos dias em que nem para mim tenho sido boa companhia, quanto mais para os outros...),e os que não estão; ainda que estejam noutro país e a muitos kms de distancia, há quem me consiga ajudar.
Nesse sentido, estou a considerar seriamente fazer umas mini férias antes dos meus anos, em Barcelona. Um segundo presente que me vou oferecer, fora a tinta nas costas e a muito provável dor intensa de umas horas.

Estive a batalhar no "trabalho" até agora. Devia sentir-me cansada, frustrada, desgastada. Não sinto, e acho que não é do chá verde, é mesmo da paz de espírito por estar a fazer aquilo que já estaria feito se não me tivesse desleixado.
Valha a verdade... *É* ridiculo sentir-me tão bem por pôr dinheiro à frente do trabalho nas causas em que acredito, mas o espírito de missão cumprida sabe bem demais. E o dinheiro na conta também sabe bem, e saber que estou a contribuir para que me continuem a atribuir bolsas de estudo também.


Voltei de Sevilha a semana passada.
Nem queria muito escrever sobre isto...Digamos que o meu cérebro tem os seus caminhos tortuosos, muito tortuosos mesmo, para funcionar/ir funcionando e deixar as ideias no lugar.

Enquanto lá estive, reinou a calma. O sentimento à chegada foi de absoluta normalidade - o que me deixou, literalmente, boquiaberta. A sensação de olhar para tudo e sentir que voltava de onde nunca tinha saído, foi a última coisa que esperei. (Mas, eu sou especialista em não prever o óbvio e em sentir justamente a única coisa que não previ.)
Foi... estranho rever as pessoas. Estranho, no sentido em que esperava grande estranheza em revê-los, e uma vez mais, foi como se nunca nos tivessemos separado.
Não era o meu grupo de base lá na cidade, e nos primeiros tempos notou-se. Fui outra vez estranhamente (e estupidamente) fechada para com a única pessoa que não me merecia isso... e não sou assim para mais ninguém.
[[Gostaria de pensar que me estava a proteger, mas só nestas alturas é que me dou conta de que *sou* mesmo egoísta, por muito que queira pensar que não, e que apenas me estou a tentar poupar ao sofrimento. A proteger, uma merda, não tenho que me proteger de nada; incrivel, é como se tivesse feridas e traumas que estão lá marcadas a negro na alma, mas que nem sequer deixei que fosse outro alguém a causar. Enfim. Tudo ficou na base do carinho e da amizade, o que me pareceu fantástico na altura (porque foi mais fácil para mim lidar com essa realidade,e porque lhe hei-de agradecer eternamente o não me ter mandado bardamerda dadas as minhas fantásticas reservas e reticências...).
O pior veio depois, porque ele não está comigo outra vez, e eu sinto a falta dele tanto que dói. Falta do sorriso ternurento dele, que me dá a sensação que só mo manda a mim. Falta de tudo, do estilo e das piadas e do andar e dos gostos e das conversas, e de tudo, porra, de tudo.]]
No restante da viagem, foi Erasmus total - sair para comer fora todo o santo tempo (e ver o que andei a perder por ser forreta, hehe), borga nos *nossos* bares, e a estranheza de não ver ninguém conhecido nas ruas. Relembrar-me que a qualquer momento estamos a conhecer pessoas novas, porque é Sevilha. Palhaçada nas ruas, alegria geral na cidade, e o desgosto de ver o céu cinzento todo o tempo. Dançar do modo mais parolo nas discotecas, cumplicidades, gestos. Tudo me faz falta, ao mesmo tempo pela cidade e pelas pessoas, tudo me marcou. Não vou mentir, saí de Sevilha outra vez em lágrimas, e outra vez com as pessoas a irem despedir-se de mim ao autocarro, e outra vez a mesma sensação de que não me despedi adequadamente de uma delas, tal como há cinco meses atrás.


Acho que agora estou um pouco mais tranquila. Cada vez mais a resignar-me, diria também. O meu exercicio de memória ultimamente tem sido feito no sentido de tentar perceber quem era eu, e como era eu, antes de estes últimos dois anos me acontecerem. Deve ter havido, sei que houve, alturas antes deles em que eu era feliz. Satisfeita comigo. Apenas eu comigo mesma, sozinha no cinema e a adorar, sozinha a ler, sozinha a descobrir musica. Sem ninguém ao meu lado, sem ninguém por quem esperar. É esse exercicio de recuperação de memórias que preciso de fazer, e de reproduzir os gestos que me deixavam mais feliz e mais satisfeita comigo mesma. Esse, e enterrar-me em trabalho nos próximos tempos, e achar que a minha vida social a mirrar é fruto de uma opção minha e não do tictac do relógio nem da necessidade de que as coisas ocorram assim mesmo, inexoravelmente.

Procurar *a* pessoa não deve valer a pena, segundo dizem. "Alguém" que agora anda com muito frio [ ;) ] dizia-me que não entendia onde é que andavam os homens interessantes, charmosos, com glamour. Eu também não sei onde estão. Sabe Deus que este fds tivemos uma tentativa falhada de os encontrar. Mas acho que entendi que o "interessante" de uma pessoa não estará visível assim à primeira vista. Daí que secalhar, seja preciso abrir o coração, a todos sem excepção,sem escolhas, julgamentos de valor ou vontades encarniçadas de encontrar o que buscamos. e entender que as pessoas se vão tornando interessantes aos poucos.

Como hoje me disseram, e brilhantemente "se não deixas para trás as coisas -se te tornas obcecado por elas- essas mesmas coisas vão acabar por te consumir inteira".



Este post faz muito pouco sentido, no entanto, há muito tempo que não escrevia nada tão honesto, e/ou que não começasse por "Exmos. Srs.".
... Para além disso, são quase 4 da manhã, so give me a break.