sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Cenas dos últimos capítulos.



* Voltei de Barcelona domingo passado. Continuo tão apaixonada pelo monumento acima ilustrado como na primeira vez que o vi - já lá vão uns anos, numa das mais mágicas viagens da minha vida.
Em Barcelona sou sempre criança, tudo me fascina, dos passeios ao céu, passando pelos candeeiros, pela energia, pelas pessoas. É NYC numa versão mais barata, mais interessante, de toque europeu, e sem americanos. Tudo vantagens, como se vê.
Joguei matraquilhos e snooker, dancei a macarena e danças medievais, dormi pouco e bebi coisas que julguei nunca aguentar. Falei, cantei, tive o anfitrião perfeito (estou-te eternamente grata,Dani), tive musica a rodos como já há muito não ouvia, e oportunidade para perspectivar a minha *vidinha*.
No fundo, uma daquelas viagens insanas e boas que trazem sal à vida. Obrigada borrego ;)

*Retorno ao trabalho, que implicou meia duzia de surpresas desagradáveis e a certeza de que isto não promete tornar-se mais fácil ou interessante lá para a frente - muito pelo contrário, jogo neste momento com o factor "novidade" e aquilo que tenho feito não é a parte mais chata. Essa virá para Janeiro, esse mês impossível de aturar que apenas é safo pelos aniversários e pela sensação (perigosa) de parecer que até tenho algum dinheiro na carteira.

*Tenho os sonhos mais estranhos. Alguns com pessoas que muito aprecio ter nos sonhos, outros nem tanto. A minha cabeça anda a mil enquanto durmo, o que é divertido porque parece não funcionar quando estou acordada.

*Tenho estado bastante isolada, saio de casa para café e nada mais, e vivo no meu mundo. E se provas não tivesse de que isso é das coisas que mais me destrói, e que preciso de outros mundos para manter o meu saudável, poderia olhar-se para o meu estado actual - sem horários, sem regras, sem nada de estrutural - para compreender que isto durará pouco nestes termos.
Felizmente voltou a minha velha tradição de fazer listas de objectivos a cumprir, e estamos quase a chegar a 2009. Esta passagem de ano, mais valerá despejar três caixas de passas pela boca abaixo e rematar com Casal Garcia.

*Acordei hoje e doía-me o coração. Não é metafórico, é a pura realidade. Não foi do frio, nem da febre - nem desta musica que hoje descobri:

Made Up Love Song #43 - Guillemots

Secalhar, e detestando ter que dar razão à Margarida Rebelo Pinto... talvez não haja mesmo coincidências.
I will survive. Hey hey.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Lisboa à noite



Quase petrificada pelo frio, Lisboa à noite é ainda mais bonita do que aquilo que eu me lembrava. Gosto de olhar para a cidade através de um vidro como se não a conhecesse, e redescobrir magia nos sítios por onde passo todos os dias.

Depois há os amigos, que me devolvem ao precário equilíbro entre as saudades de tudo e a ansiedade do presente. O meu penhorado agradecimento. A falta que fazem as gargalhadas é inestimável.


Não disse nada, amor, não disse nada:
foi o rio que falou com a minha voz
a dizer que era noite e é madrugada
a dizer que eras tu e somos nós.

A dizer os mil rostos de Lisboa
ao longo do teu rosto se te beijo.
À luz de um pombo chamo Madragoa
e Bairro Alto ao mar se te desejo.

Não disse nada, amor. Juro, calei-me:
foi uma voz que ao longe se perdeu.
Cuidei que era Lisboa e enganei-me
pensei que éramos dois e sou só eu.


António Lobo Antunes